Adriana Moreira uma atleta na arte de cantar

                                                          Adriana Moreira canta toda segunda no ó do borógodó bar

1- Você canta a pelo menos 10 anos é isso? nessa jornada musical o que mais te entusiasma e o que mais te deixa irritada quando falamos em oportunidades aos músicos no Brasil?
 R. Bom... estudei canto na ULM  (antiga . Universidade Livre de Musica Tom Jobim)  final dos anos 90, de la ja sai fazendo serenatas, e muito back vocal por ai. tenho 12 anos de carreira.

Meu entusiasmo maior são as crianças (todas) Quando vejo uma criança pequena contando historias, ouvindo, recebendo educação certa, ah. ai me entusiasmo e fico com muita esperança de dias e tempos melhores.

Minha tristeza e descontentamento no Brasil ainda nos tempos de hoje e uma ORDEM DOS MÚSICOS que não serve pra nada, um pais onde se produz tanta coisa boa e que geralmente se importa a porcaria de fora e a  falta de respeito com o musico Brasileiro. Músico, se não der aulas, não tocar em diversos lugares, não tiver outra profissão , ou ainda não aprovar projetos governamentais , .... morre de fome e humilhação. Isso me irrita e me deixa indignada.

2- Você usa a música como uma ferramenta para passar uma mensagem? você quer dar um recado quando canta?
 R. Sempre ! acho que cada dia mais. Quando piso num palco, me transporto, sinto, vibro, me emociono e canto aquilo que acredito,do contrario, soaria frio e sem vida. A musica e minha ferramenta maior. E onde grito, falo, e me posiciono, sempre.
2- Vejo que você se emociona ao cantar, a sua voz passa uma força inesquecível, você tem dimensão dessa força?
R.Rs ! Quando decidir estudar musica (canto) foi uma decisão corajosa, perdi um casamento, perdi alguns amigos, etc etc etc.. e claro que a primeira coisa que almejamos e ficar em evidencia, glamour, festas, casacos, rsrsrsrs! Mas diante da realidade mesmo, quando deparamos com a musica que dialoga com o povo que e imediata, todo esse glamour, desaparece e você pensa em simplesmente mudar alguma coisa, em fazer alguém te ouvir, te entender. E todo esse conjunto acho que fica transparente, fica forte, cria raízes, mas a dimensão exata disso eu certamente não tenho. 

3- Qual o seu maior sonho?
R.Levar minha música para todos os lugares do mundo, principalmente os lugares que necessitam dela e que ela sirva de ferramenta para mudanças sociais, que ela ajude na educação, na luta pela igualdade racial, na luta dos desfavorecidos por uma vida melhor. Que ela estimule a vontade de mudar pra melhor. Quero ser referência por tudo isso, não somente por ser cantora e fazer grandes shows.

4- Ao cantar Gonzaguinha, Batatinha, Chico Buarque e outros tantos mestres da música popular brasileira você se torna uma imortal, como você se sente naquele momento único que é soltar a voz e comunicar a sua essência?
R.O tornar-se imortal assusta !!! Vemos isso em grandes mestras, Divas  e quando nos deparamos com tamanha responsabilidade, da um friozinho na barriga, rs!  Mas o pisar num palco pra mim é SAGRADO e quando me deparo já não sou mais a Adriana, toda aquela vontade de dizer e aquela força maior me fortalecem e fazem de mim um instrumento.

5- O que o esporte tem em comum com a música? você se sente uma atleta quando sobe ao palco e leva para o mundo a bandeira desse nosso Brasil?
 R.Quando se fala em Arte e Esportes no Brasil, sabemos de todas as dificuldades e enfrentamentos que passamos, assim como para a musica o esporte também em sua maioria, sofre de preconceitos, desigualdades e injustiças. Como havia dito em uma das perguntas anteriores, vivemos em um pais ingrato com seus filhos. Aqui para se viver de esportes ou das artes em geral, a batalha [e  dura e árdua. Andamos na contra mão de tudo que nos é imposto nos dias de hoje. Se formos pobres e negros a situação complica um pouco mais. O desenvolvimento cultural e esportista no Brasil  (tirando o futebol que a cada dia nos faz engolir um novo CRAQUE, um novo garoto propaganda) é de total desigualdade e falta de incentivo. Sinto-me uma atleta das canções.